Da lenda da Odisseia aos roteiros de Bike&Boat, a Croácia é paraíso de ilhas e mar azul

Por: Equipe CdS – fotos: Jonatha Jünge

No épico regresso de Ulisses à Ítaca, consta que o protagonista da Odisseia tenha naufragado no mar que hoje integra a costa croata. Reza o mito que ele foi acolhido por Calipso, que mesmo com seus encantos de ninfa e a promessa de imortalidade não alcançou o desejo de ter o herói em seus braços para toda a vida. Ainda assim, dos 10 anos que levou para voltar pra casa desde a Guerra de Tróia, 7 deles teria passado numa Ilha daquela região.

Para quem não dispõe de tanto tempo, em 7 dias de “bike&boat” é possível visitar um punhado de ilhas do arquipélago que embeleza a costa adriática da Croácia entre Split e Dubrovnik. Ao já famoso turismo náutico ao largo de suas cerca de 1.000 ilhas, as bicicletas somam-se para ampliar os sentidos nos trechos terrestres, numa proposta que tem se espalhado por todo o Mediterrâneo.

Croácia – Sul da Dalmácia

 

Os roteiros na Dalmácia, região ao sul e menos populosa da Croácia, tem como apoio escunas de em média 100 pés (33m) com amplo terraço, salão para refeições e cabines privativas, que fazem o combo de hospedagem, restaurante e transporte. Em cada atraque, guias locais conduzem aos caminhos mais interessantes das ilhas rodeadas de mar azul turquesa. O viajante opta entre as bikes de passeio elétricas e convencionais, ou por modernas full suspensions. No mesmo roteiro, os grupos podem ser divididos conforme os perfis do pedalante, que pode andar por caminhos mais fáceis ou trilhas mais radicais.

De um ou outro modo, todos percorrem atrativos de peso. Como o Palácio Diocleciano, batizado com o nome deste imperador romano. O complexo arquitetônico é um testemunho do sistema tetrárquico, criado por ele próprio. Visando conter revoltas no interior do império e manter sua unidade, fracionou estrategicamente o território e os poderes, distribuídos entre 2 Césares e 2 Augustos, que controlavam a vastidão das províncias orientais e Egito, províncias balcânicas, Itália, norte da Tunísia e costa Líbia, Hispânica, Gália e Britânia. O Palácio, que fica em Split, é abundante em referências egípcias, como as 12 esfinges e as colunas de mármores e granitos vermelho, rosa e cinzento. Embora a data de sua construção não seja precisa, é fato que a partir de 305 d.C. serviu de refúgio a Diocleciano quando abdicou de seu poder.

Croácia – Sul da Dalmácia

Hvar, o refúgio de Ulisses, é hoje conhecida como a Ilha das Lavandas – além dos lavandais, a pedalada passa por vinhedos e jardins de flores nativas. Neste ritmo florido o percurso alcança Jelsa, que tem um sorvete considerado pelos nativos como o melhor da Ilha. Há ainda um tour guiado pela planície de Stari Grad, uma das mais antigas cidades europeias, cuja paisagem cultural marcada pelas oliveiras e parreiras se mantém quase intacta desde os gregos jônicos do século 4 a.C. até hoje.

Croácia – Sul da Dalmácia

 

Na ilha de Korčula, um dos locais que reivindicam a naturalidade de Marco Polo (o que faz sentido, já que a região integrou a vasta República Veneziana espalhada pelo Adriático), o barco ancora para um bom mergulho na praia Prigadica. Depois do banho o pedal começa com os dois grupos pedalando juntos, mas logo cada um toma seu rumo. Enquanto o grupo de asfalto passa mais pelas vilas, o de mountain bike conhece os cantos menos povoados de cada Ilha.

Uma manhã livre convida a passeios de caiaque no entorno do Parque Nacional da Ilha Mljet, que já caiu no gosto de ilustres como Bill Gates. O pedal com muito sobe-e-desce passa por vilas charmosas e o curioso lago Blastina, conectado ao mar por um canal subterrâneo. Ao final do dia, o presente do capitão: navegação até uma pequena baía isolada na ilha Šipan, com mergulho do alto do convés e relax acompanhado do por-do-sol e um bom vinho local.

Alternativa às Ilhas, há também no roteiro uma incursão continente adentro, cruzando a fronteira bósnia e subindo o rio Neretva rumo a Mostar. A cidade ficou conhecida durante a Guerra da Bósnia, quando a linha de fogo entre os exércitos da Croácia, Bósnia e Sérvia ocupava as ruas  da cidade. Vale também experimentar o rafting no rio Cetina, que em alguns pontos é como um pequeno fiorde (sempre com águas verde esmeralda) em Omiš. Ou perder-se nas vielas de Dubrovnik, que já foi cidade-estado à altura de Gênova e Veneza, e é hoje está entre as 10 cidades medievais muradas mais preservadas do mundo.

Para mais informações e reservar sua cicloviagem de barco & bicicleta, viste nossa página de Roteiros Internacionais.